26 de ago. de 2011

A cultura de uma criança

A cultura de uma criança

“No final do dia o cavalo voltava para sua casa cansado e com fome, no caminho encontrou um filhote de leão próximo a uma árvore que pulava na tentativa de alcançar algumas maçãs. –Seu cavalo, seu cavalo, por favor, me ajuda aqui, gostaria de pegar aquelas maçãs para comer. –Oh meu amigo leãozinho desculpe, eu posso ser maior que você, porém, tampouco, alcanço as maçãs, elas estão muito altas, aliás, o que você faz aqui sozinho?- Eu saí de casa para passear, e, um dia, vi minha mãe subir com a maior agilidade numa árvore, e agora estou tentando fazer igual, mas não consigo. -Ok, espere um pouco que vou chamar uma amiga.
Depois de alguns minutos o cavalo aparece com uma girafa, ela pega a maçã, entrega ao leãozinho e ele agradece, ao que o cavalo sugere: -Pega uma pra mim também, dona girafa, estou faminto. Nisso o pequeno leão, ao devorar a fruta, informa: -Amigos, eu estou perdido, não sei o caminho de casa, e será que vocês podem me conduzir até lá? –Onde é sua casa? quis saber o cavalo. -É lá no vale do reino. –Aah...é muito longe... -Eu te levo - falou a girafa - mas não sei onde fica.
Como o cavalo era o único que sabia do caminho, então os conduziu até lá. Ao chegar o vale do reino, avista-se um castelo imenso, e o leãozinho fala. –Olha ali, é lá que eu moro. -Mas ali é a casa do Chefe das Montanhas, surpreendeu-se o cavalo. -Sim ele é eu pai, e vocês estão convidados a entrar. A girafa e o cavalo ficaram boquiabertos com a beleza do castelo da realeza, o leão pai ensinou seu filho o valor de respeitar os pais, a fim de não sair mais de casa sem avisar, e; como um bom anfitrião; convidou o cavalo e a girafa a participarem de um lauto banquete. Enfartaram-se de comida e todos viveram felizes para sempre.”
Essa é uma das histórias que conto para meus filhos, e não é só na hora de dormir, sempre que tenho a possibilidade (sobretudo aos finais de semana), procuro entretê-los de modo a aguçar os sentidos criativos. Eles gostam muito de livros, é verdade, mas como não sabem ler, então imagino que as figuras chamam a atenção. Entre folders, jornais, revistas, eles folheiam tudo, até folhetos de pizzaria vale. Gostaria de ter mais tempo para tocar uma flauta ou mostrar movimentos de um violão, mas como tempo é dinheiro, atualmente invisto muito tempo, pois.
O ser humano tem vontade de fazer muita coisa, é verdade, mas quando se tem família, existem apenas duas coisas que tem que fazer: trabalhar e educar. E já que meus planos foram prorrogados até a pré-adolescência delas, então devo esperar uns bons dez anos até se tornarem mais independentes. Às nove da noite já estão os três na cama, e então essa é minha deixa para fazer coisas pessoais, como trabalhar no computador, ler um livro, ou estudar para um concurso, se for o caso - às vezes não faço nada disso e resolvo dormir – e durante a madrugada perco muito tempo, mas tenho sono, fazer o que... Já tive oportunidade de colocar o Lorenzo numa agência, como criança-propaganda, mas não achei boa ideia, já que deveria ter tempo hábil a semana toda e; deixar uma criança de três anos a esperar o dia inteiro na fila de uma  gravação; é muita sacanagem, além do que compromete os estudos. Creche pública não deve nada para as instituições particulares, mas espero que quando eles estiverem na idade do ensino fundamental, eu já tenha competência suficiente, a fim de dar uma educação acadêmica de ponta.
Para uma família que mora numa cidade, cujo custo de vida é o mais alto do país, o desafio é financeiro. Se você não tem saúde, não pode trabalhar. Se você não trabalha, não pode ‘comprar’ saúde. São duas partes da vida do ser humano que andam juntas, porém, uma coisa que difere o desenvolvimento da crianças, é, sem dúvida, a educação. O desafio de pai está lançado!


“Esqueça os tempos de aflição, mas nunca esqueça o que eles lhe ensinaram.” – autor desconhecido.

12 de ago. de 2011

Observação de um pai.


Observação de um pai.

Esses dias vi numa revista, uma mãe de quatro filhos. O pai, logicamente, trabalha o dia todo, e não poderia ser diferente. Eu, com três filhos, já me acho maluco, esse pai, então com quatro, duvido que planejou isso. Nehuma mãe planeja, por exemplo, 'ficar atrás' de filhos a vida inteira, cansada, preocupada, estressada, e ainda corre o risco de ser 'dominada' por eles. Nessas circunstâncias o plano dos pais são prorrogados para um longo espaço de tempo. E a educação nesses termos, às vezes, é esquecida em razão da pressa.
Seria muito interessante, por exemplo, levar os filhos num lar de idoso para ensiná-los a respeitar os mais velhos. Seria de grande valia 'visitar' a Etiopia a fim de mostrar o valor que eles devem dar à comida, em invés de falar: 'eca, mãe, não quero comer isso”. Visitar uma favela com esgoto à ceu aberto, e dizer para o filho que as pessoa ali usam aquela água, assism, quem sabe, não gastariam tanto tempo no banho, por exemplo. Mas não dá para fazer isso. A mãe tem que cozinhar, levar a prole na escola, fazer compras, arrumar a casa e nunca parar de organizar o lar, porque é sempre uma bagunça.
Eu, por exemplo, não sou um exemplo de paciêcia quando o assunto é 'ter paciência' com crianças, porque se eu tiver que colocá-los na linha, vai ser do meu jeito, então adoto a filosofia dos macaquinhos: não vejo, não ouço, não falo. Pois se eu tiver que me intrometer, aí a coisa vai ser séria. Se eu tivesse que por de castigo, seria todos os dias. Se tivesse que dar uns tapas no bumbum seria sempre... a frase 'pára de chorar' seria a mais pronounciada de todo meu vocábulo, de modo que, como são as mãe que ficam mais tempo com os filhos, cedem, portanto, à vontade deles - e, ao meu ver, isso é totlamente compreensível – só quem tem filho sabe o significado da palavra 'ceder', e o valor dos termos 'ok filho, pode ir'; 'tá bom... pode fazer'. Pais de filhos pequenos sabem a verdadeira força que a simples palvra 'sim' tem.
Mas é preciso dizer não, né? E é exatamente esse equilíbrio que torna mais desafiadora a educação de crianças. Às vezes, a criança faz birra na hora de comer, e o negócio é não dar atenção à manha, e, caso se recuse mesmo a comer, tirar o prato, de modo que, com fome, é capaz de se alimentar. Filhos aprendem muito quando observam o comportamento dos pais, portanto é bom não reagir a um chilique com outro chilique, já que sinais de descontrole por parte dos pais farão a criança sentir-se tão poderosa quanto o capitão américa – o negócio é falar firme em tom normal e mostrar que ela não conseguirá nada desse jeito - assim se acalmará. Na hora de dormir, por exemplo, confesso que não sou o melhor contador de histórias, não porque não sei contar, ou me falta repertório, tenho a capacidade de criar contos sobre girafas fazendo amizade com leões, por exmeplo, mas fato é que não uso essa prática, de maneira que eles dormem na frente da TV – sempre. Rituais que precedam o sono à parte, fato é que meus filhos dormem bem, no mesmo horário.
As mães que colocam interesses e vontades dos filhos sempre acima dos seus, sofrem consequências por serem vítimas disso, de modo que não se criará uma criança perfeita, e, às vezes, o excesso de incentivo pode causar efeito colateral desastroso, como se tornar 'dominada' pela prole, é assim que se produz pequenos tiranos em casa. Algumas mães deixam emprego por causa de filhos e ficam extramente satisfeitas por isso, outras não. Os planos da vida acabam adiados e então as mães ficam com com expressões vazias enquanto cuidam de seus filhos nas praças e parques, por exemplo – parecem até que não querem passar o dia com os filhos. Não existe fórmula ideal para a maternidade.
Para o homem, tampouco, tem sido fácil. A mulher conquistou o mercado de trabalho, tornou-se financeiramente independente, acumulou responsablidade dentro e fora de casa. O que restou para o homem foi combrança, além de uma percepção difusa de seu real papel – mas isso se definirá com mais clareza nas próximas décadas.

Quando houver mais de uma explicação, a mais simples em geral é a certa”.Dan Brown, do livro Ponto de Impacto.