Havia
uma mãe que vivia a sofrer o problema da filha. Leslie, 13
anos. Câncer. O primeiro dia de aula coincidiu com a mesma
época em que ela estava justamente com a cabeça
raspada.
“Mãe
eu não vou pra escola assim.” “Por que não?”
“Porque eu não quero que ninguém dê
risada de minha aparência, e eu estou com vergonha.” A
mãe, portanto, a partir dali teve mais um problema para se
preocupar. Como convencer a filha de frequentar as aulas? Teve uma
ideia e comprou uma peruca. Argumentos vão, argumentos vêem,
a menina topou vestir os cabelos falsos e foi pra escola. No recesso
havia uma porção de crianças a correr, brincar,
jogar bola, e conversar. Porém, Leslie ficava num canto
acompanhada de seu complexo, de modo que, eis que alguém sem
querer esbarrou em sua peruca e a mesma caiu no chão. Ela
abaixou para apanhá-la e quando levantou viu todo mundo rindo
de sua cara. Leslie nem voltou pra sala de aula, foi direto para a
diretoria onde ligou para mãe e contou tudo. A mãe
ficou muito triste com tudo isso. A menina ficou sem ir à
escola por um bom tempo.
Tão
logo a mãe foi à farmácia, desesperadamente, em
busca de um remédio para crescer cabelos. Quem a atendeu foi
um funcionário que estava lá há pouco e não
tinha muita experiência, mas tinha coração. A mãe
pediu-lhe o remédio e contou-lhe a história da filha e
todo sofrimento desse calvário. O farmacêutico teve uma
ideia, pois. Ele escreveu um bilhete que dizia assim: “Olá,
meu nome é Leslie, desculpe se vos pertubo, mas gostaria de
ser tratada como eu sou, pois sou igual a vocês, apenas tenho
câncer e devo continuar careca por um bom tempo. Sofro com
preconceitos e, talvez, eu não tenha muito tempo de vida, mas
assim como vocês, eu necessito continuar a viver com motivação
- o que tem sido muito difícil sem apoio. Grato pela vossa
atenção.”
O
farmacêutico que escreveu esse pequeno apelo, fez inúmeras
cópias e distribuiu pela cidade. Toda vizinhança
recebeu. Na escola foi ter com a diretora, quem o permitiu a entrega
do aviso a todos alunos, professores e colaboradores. Feito isso o
farmacêutico quis saber da mãe onde eles moravam, pois o
funcionário queria falar com Leslie. “Olha, não
importa o quanto a vida vai te bater. Esteja certa de que todos nós
vamos cair, mas o que importa mesmo é o quanto você
aguenta apanhar. Levante sempre. Por isso mesmo, cabeça pra
cima e vá à luta; sinta orgulho de você mesma, e
lembre-se: não importa o quão frágil seja uma
situação, sempre cabe dois lados, agora vá pra
escola e escolha o lado da motivação.” entre
palavras de esperança, renovação, força
de vontade, a menina nunca antes sentiu-se tão cheia de si.
Leslie
pegou a mochila, pôs a peruca e a mãe a levou de carro.
Quando estacionou na rua, Leslie desceu, caminhou até portão,
mas não entrou. Deu meia volta, reclinou-se sobre a janela,
tirou a peruca e falou : “Mãe não preciso mais
dessa peruca”. A mãe apenas consentiu com um olhar que
dispensava comentários. Quando Leslie chegou à sala,
encontrou-na com as portas, janela e cortinas fechadas. Bateu à
porta ao que ouviu a voz do professor: Pode entrar!
Qual
não foi sua surpresa ao presenciar que todos os alunos,
inclusive o professor estavam como ela. E na lousa uma promessa: “não
deixaremos nossos cabelos crescerem enquanto você estiver
careca”.
“Podemos
esperar a vida inteira para encontrar a flor perfeita e rara. E mesmo
assim não será um desperdício.” - do
filme O último Samurai.