31 de ago. de 2012


Roni – o andarilho viajante.
Roni cresecu 'se virando' na vida, somente precisava de alguém quando muito necessário e, assim, soube se educar independente. Mas quando criança era um menino bobo até, sofriabullyng na escola, era gordo, e as meninas não olhavam para ele. No clube, apanhava sem revidar, nos bailinhos da escola ele não tirava ninguém para dançar. No ginásio era o último da turma: sentava lá no fundo, e não conseguia evitar que os 'amigos' zoassem com ele.
Ao entrar na faculdade, não conseguia estágio, ficava nervoso nas entrevistas, seu currículo não era legal, já que não tinha experiência. Niguém lhe dava oportunidade. Eis que ele descobre que ali perto de onde morava havia um lugar onde as pessoa saíam para se divertir, e dançar – era uma casa de shows. Roni teve uma ideia, pois: Preparou uma quantidade de 30 hambúrgueres e foi ao local. Além da timidez, ele não tinha a menor habilidade com argumentos, já que nunca havia vendido nada na vida. Colocou, então, o isopor no chão e esperou.
Antes das pessoas entrarem na balada já tinha vendido uns dez. Esperou até que as pessoas saíssem do local e, antes das quatro da manhã, vendeu o restante, mas sobraram dois lanches: um comeu, o outro deu para um menino de rua. Fez isso repetidas vezes até montar seu pequeno trailer, mas Roni sempre teve o sonho de fazer uma viajem pela América Latina. Ele nunca foi adepto à ideia de que, para se viver precisa-se de dinheiro – a moeda apenas compra cosias, e quem quiser que corra atrás. E, quem não quer, vende o trailer para o irmnão, como fez Roni.
Máquina fotográfica em punho, um cobertor na mochila, e as devidas vacinas tomadas, lá se foi Roni a explorar o cone sul. Quando ele saía do Rio Grande do Sul, a fim de descer ao Uruguai, tinha menos que a metade da grana. Na Argentina, o dinheiro acabou praticamente, mas se fosse qualquer outra pessoa, teria retornado a tempo. Mas Roni não! Nem ao menos ele falava castelhano. E engatou o português mesmo.
-Com licença moço, estou a viajar, passeando por esse mundo e não tenho dinheiro para o almoço. Se o senhor me der comida eu lavos todos os pratos dos clientes depois -E você tem experiência com isso? –Tenho! O homem do restaurante não acreditou na historia, ao que Roni insistiu. -Olha moço, estou oferecendo meu serviço de lavador de pratos. Agora, se o senhor acredita ou não, tudo bem. Sinceramente é tudo que tenho a oferecer. O cara do bar concordou, quando Roni terminou sua refeição, mal se levantou da cadeira, e o dono falou: -Pode ir menino, está tudo certo. Roni agradeceu imensamente e não viria esquecer tamanha cordialidade. Roni usou o argumento de bom lavador de pratos em cada coxinha onde precisava matar sua fome. Na Argentina mesmo até o contrataram como chapeiro em troca de uns pratos de comida, em outra ocasião, se tornou gerente de uma lanchonete na Venezuela, onde, alás, conheceu uma freguesa muito bonita. Em poucos dias a moça iria para Lima (Peru), parcitcipar do Miss América Latina. Papo vai, papo vem, Roni largou seu emprego de gerente (ele nunca se prende à trabalho sob pressão), e foi com ela. No caminho soube que ela era miss Caracas. A moça se encantou com a lábia do rapaz, já que agora era um exímio prosador.
Chegaram ao destino, a moça pagou a estada dele, e o evento só aconteceria no dia seguinte, então foram para Machu Pichu, conheceram as civilizações mais antigas do mundo, pegaram o 'trem da morte' e falaram com pessoas de toda a sorte. No dia seguinte, Roni saiu cedinho do hotel e deixou seus contatos num pedaço de papel. A garota foi a vencedora. Os jurados gostaram dela pelo conhecimento e desenvoltura em se articular com pessoas, já que muitas coisas aprendera com Roni.
Passou por Galápagos, Patagônia, Ilha de Páscoa, Caribe, e, no aeroporto de Curaçao pediu moedas para pagar sua peassagem de volta ao Brasil. Dormiu lá quase dois dias até conseguir tudo, fez baldiação no México, mas o vôo atrasou, foi a deixa para que postasse, em seu blog, fotos de sua última viagem. No Brasil, a surpresa: seu irmão tinha montado uma rede de fast-food que era um sucesso, de modo que o mesmo viria a comprar algumas lachonetes na América Latina por indicação de Roni. Uma semana depois, a revista de maior conceito mundial do segmento de viagem entrou em contato com ele e precisava de uma foto que estava em no blog. Ele não vendeu a foto, inves disso negociou um serviço de fotojornalista de viagens com a revista. Nesse ínterim, ele descobre que a venezuelana tinha três notícias: duas boas e uma ruim.
-Qual você quer primeiro? -A boa-Sou miss América Latina. Ele ficou superfeliz. -Agora a ruim, então. -Não poderei particpar do Miss Universo-Por quê? -Estou grávida.

Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”Séneca (4 a.C. 65 d.C.) filósofo, escritor e advogado no Império Romano.

17 de ago. de 2012


Colher de pau vira espada, panela vira escudo
Definitivamente, entre todos os meus conhecidos e amigos, não há ninguém que tenha três filhos, no máximo dois, ainda que seja raro encontrar. Tenho a impressão que se a humanidade continuar com a opção de não colocar seres-humanos no mundo, haverá um ônus populacional no planeta – o que é excelente! Evita apertos, o trânsito flui, a fila no banco diminue, o zoológico não fica cheio, mas as matrículas nas escolas caem. Alguns conservadores dizem pra mim: - Tá vendo, não pensou antes de fazer filhos, agora aguenta. A maioria elogia: -Parabéns! Nossa que lindos... Os mais transparentes tentam amenizar: -Puxa que coragem, hein? Porém, os mais honestos mesmo dizem: -Bem feito, tá lascado... é fato que concordo com todas as afirmações acima.
Como minha esposa e eu não fazemos a opção por manter a casa bagunçada, então, incentivamos as crianças a organizá-la, visto que, para andar na sala há necessidade de desviar das dezenas de brinquedos esparramados. Há uma moça que nos ajuda a cozinhar, passar, lavar...ela até dá banho nos três. Já sabem escovar os dentes sozinhos, mas o problema é que colocam muita pasta – questão de tempo para a economia. Dia desses comprei um porquinho de gesso, e toda vez que lhes dou algumas moedas, o cofre enche, aos poucos.
Às vezes não dá para vencê-los, chega uma hora da fase das crianças que eu estou tão acostumado com mínimas preocupações, que se eu presenciar um dos meus filhos comendo terra, a única coisa que vou fazer é falar pra ele limpar a boca e tomar água – ou seja, não há necessidade de estresse: dos males, esse é o menor, sobretudo porque as crianças oferecem aos pais cem por cento de preocupação e, se acatarmos todos os mimos, não poderemos trabalhar, comer, dormir, ...viver!
Até minha esposa que é a rainha dos mimos e não consgeue dormir sem um deles na cama, já desencanou de algumas coisas. Não a ouço mais dizer: “Caramba, não consigo nem ir ao banheiro... essas crianças não deixam” Continuam igual ou pior, quem mudou fomos nós, os pais: permitimos mais – e isso é uma vantagem, pois agora dá para ir ao banheiro.
Os três se educam ao mesmo tempo, eles brincam, pulam, gritam, almoçam junto, vão pra escola juntos, se abraçam e brigam juntos também. Colher de pau vira espada, panela vira escudo: Irmãos.
"A vida é a espera da morte. Faça da vida um bom passaporte." - Vinícius de Moraes