28 de dez. de 2011

Significado de Natal





No último dia de trabalho, saí com um colega, e fomos a um bar, e percebi que o cara estava meio intrigado. Entre um gole e outro de cerveja, ele puxou assunto: -As religiões surgiram há muito, nem mesmos os estudiosos sabem ao certo há quanto tempo. Eu não sou católico, mas fiz crisma e tudo mais, e tenho uma pergunta: você acha que o catolicismo é capitalista?
Respodi que sim, mas depois fiquei a pensar que ele tinha todo direito de estar preocupado nesse final de ano, já que ele não tinha uma relação boa com a mãe; o pai morava em outra cidade; o padrasto não ia com a cara dele; uma das irmãs ele nem via direito; a outra morava com o pai; e a quarta irmã morava com ele, mas brigavam muito, embora se gostassem. Falei pra ele: -Olha Pietro, eu não favoreço nenhuma religião, porque respeito todas, mas me repsonda uma coisa? você se sente feliz nessa epoca do ano? -Pois é... honestamente eu não compreendo o sentimento das pessoas, e talvez eu não entenda o significado do natal, tanto quanto esse demasiado consumo material nos faz crer.
Ao que contei uma historia para ele que lembrei-me: -Era uma vez um rapaz que vivia triste por justamente não compreender o significado do natal, ele sempre se queixava que não estava feliz, ele não entendia porque isso acontecia numa época em que as pessoas estão felizes. Um dia ele foi conversar com o irmão e o mesmo estava a preparar uma escultura de natal referente a uma promoção oferecida por um shopping da cidade, cujo manual de instrução lia-se: “concurso de decoração natalina: Faça uma escultura de natal, com tema livre, apresente até o dia 25 de dezembro e receba prêmios em dinheiro”. O menino achou que caracteristicas mercenárias não correspondiam ao verdadeiro significado do natal, mas como percebeu o entusiasmo do irmão em participar de tal promoção, o respeitou. O garoto, então, foi ter com a tia. Ela era viuva já fazia tempo, e vivia de pensão de morte do marido, além da pensão por invalidez de seu trabalho, era do tipo que gostava de ganhar dinheiro sem trabalhar, e a tia disse: “Olha meu sobrinho, eu sempre ganho presentes de natal, como brincos, roupas, presentinhos, enfeites de sala, mas nunca é o que quero.” “Mas o que realmente a senhora quer, tia?” “um apartamento, por exemplo”. O coitado do menino ainda soube que o filho da vizinha de nove anos havia mandado uma carta para o papai noel, que era para entregar o maior número de presentes que fosse possível, mas se caso ficasse muito trabalhoso que lhe enviasse uma caixa contendo notas de dez e vinte reais. Naquela mesma noite o menino foi ver uma peça de natal ao ar livre e, ali ouviu um discurso de um garotinho mais novo que ele: -Os pastores estavam vigiando seus rebanhaos quando um anjo desceu sobre eles e disse: “Nesse dia nasceu o Salvador, Cristo, nosso Senhor, e isso é um sinal, vocês encontrarão um bebê com roupas humildes dentro de uma manjedoura e, de repente, ao redor do anjo surgiu uma porção de vozes que louvava o menino Jesus que dizia: -Aos homens de boa vontade, gloria a Deus nas alturas e paz na Terra.”
-É Guilherme você tem razão, o natal é, de fato, uma comemoração católica, aquela loja loja ali, talvez, não tenho nenhum judeu comprando brinquedo; aquela outra não há budista sequer com sacola de roupas na mão – quiçá eles desejam paz, prosperidade, e harmonia, e será que essas pessoas que gastam o dinheiro do decimo terceiro tem o coração voltado para o espirito de natal?
-Não sei, não podemos generalizar, mas eu concordo contigo que existem muitos corações vazios, e que é dificil desejar feliz natal para quem não tem o que comer; como um ano pode ser próspero para alguém quem mora na rua, por exemplo?
Bom, saímos do bar com a conclusão de que as religiões são capitalistas e que isso é apenas a ordem natural de um sistema que nos impulsiona à sobrevivência, já que é o dinheiro que, feliz ou infelizmente, move o mundo.

O sofrimento é passageiro, desistir é pra sempre” - autor desconhecido

23 de dez. de 2011

Saudosos entretenimentos




Fui criado no centro de Santo André e, diferentemente de muitos, eu e meus irmãos não tinhamos a mínima possibilidade de brincar na rua devido ao trânsito constante. Comecei a frequentar o Tênis Clube, vizinho de muro do prédio onde eu morava. Desde muito pequeno lá foi meu palco de lazer: fiz judô, musculação, tênis, nadei muito na piscina, comeci a jogar bola, aliás, toda a garotada e moçada que aquele clube fequentava jogava bola. As categorias no futebol eram dividas da seguinte forma: fraldinha, infantil, pre-mirim, mirim, infanto-juvenil, juvenil. Eu comecei no fraldinha com seis anos, mas foi no pre-mirim que desenvolvi uma habilidade razoavel. O pessoal do juvenil, por exemplo eram quase adultos que faziam um vedadeiro show à parte, não só para meus olhos, como pra todos naquele clube.
Quando o juvenil jogava contra algum outro clube, todos ali no Tênis se preparavam para o maior acontecimento do ano. De todos os clubes existentes no ABC o time juvenil do Tênis Clube pontuava como um dos primeiros no ranking da lista de melhores. Tênis Clube x Primeiro de Maio: era uma rivalidade enorme, mas definitivamente o maior jogo do ABC no futebol de salão era Tênis Clube x Meninos F.C – seja na casa dos Meninos, ou seja em nossa casa, o jogo era pegado, um verdadeiro racha - saía até briga – parecia Uruguai x Brail nos campos.
Tínhamos uns dos melhores ases do salão, a exemplo de Mateus Cavichiolli, Jander, Fabiano - Jean Dallolio fechava o gol. Nessa época meu irmão estava no infanto juivenil. Ele começou com seis anos também. Não sei como, mas o moleque dsenvovleu uma habilidade tão grande que, por anos, foi condecorado como o melhor jogador do clube - o cara fazia coisas que, dificilmente, vemos: saia com a bola de sua área, limpava todo o time, chegava na área adversária e marcava gol: sozinho. Ele não era fominha, mas tinha segurança suficiente para fazer fila em todos os cinco jogadores do time oposto, e isso só quem tem muita intimidade com bola pode fazer – meu irmão deve ter algumas medalhas guardadas dessa epoca ainda. Eu olhava e pensava: “caramba, ele é meu irmão, começou dois anos antes que eu, e como consegue jogar assim?” - orgulhava-me, pois. Gostava muito de ver também o futebol de Leandro Tellent, a facilidade que ele tinha para driblar era bonito de se ver. Naturlamente, os caras que eram bons jogadores eram vistos com respeito pelo clube todo.
Existiam os que eram ruins também claro. Imaginem alguém cara-a-cara com o gol, sem goleiro e o sujeito erra - esse era o Maradona – o tal apelido tinha o intuito de incentivar nosso colega, às vezes, tocávamos a bola para ele só pra não ficar com aquela característica de jogador cafe-com-leite – nosso colega maradona se gabava todo. Havia o Mobral também, a quem, um dia, alguém, o apelidou assim, talvez pelo seu futebol que deixava a desejar – Fernando era seu nome, e o mais curioso: Ele sempre ganhava medalha de melhor aluno no Liceu Monteiro Lobato onde estudávamos. Atualmente ele ´[e coordenador do núcleo de pesquisa de uma das maiores agências de publicidade do Brasil. Mobral? Acho que não.
Tinha o Macarrão, o Zé d'oclinhos, o Cabeção, o Ferrujinho, Jesus, Titico, Charlei Brown, Mad, enfim, eram tantos apelidos que não caberia aqui.
Atualmente reconheço a dificuldade em manter um clube estruturalmente grande, frente aos inúmeros motivos tecnologicamente avançados que temos – a exemplo de internet, video-games, canais de televisão, aplicativos de celulares - isso roubou um pouco da brincadeira que existia; eximiu a de relação interpessoal; tirou da juventude moderna o direito do lazer comunitário, e da cultura olho-no-olho. Video-games existiam na época, mas os amigos eram mais legal que o Atari; internet nem pensar; TV eram desenhos como smurfs, caverna do dragão, mr magoo, gato felix, thunder cats, cavalo-de-fogo, ou seja, nada que nos fazia trocar um bom futebol e umas boas risadas com os colegas.

Leva-se anos para conquistar confiança e apenas segundos para destruí-la” - autor desconhecido.

16 de dez. de 2011

Minha bicicleta dormiu fora






Quinta feira última acordei às oito e meia e fui até a casa de um conhecido editar um video em que gravamos uma festa de debutante, saí de lá, deixei o carro em casa, peguei a biciclete e fui trabalhar. Dia desses um colega da academia perguntou: “você vai andar de bicicleta vestido de social?” “sim! eu preciso ir trabalhar, e o meio de transporte que tenho é este, é o que tenho pra hoje”. Soma-se a isso o fato de eu realmente gostar de andar de bicicleta – qualquer outra pessoa percorreria a pé os oitocentros metros que separam o lugar onde eu moro de onde trabalho.
Ao chegar à escola em que leciono idioma inglês, fiz alguns deveres e logo saí para ir ao banco. Fui pagar meu IPVA atrasado, já que em janeiro começam novas parcelas dessa robalheira que não convém explicar aqui (na Austrália não se paga IPVA, a quantidade de pdágio é mínima, e as estradas não tem um buraco sequer). Ao chegar ao banco fui direto ao terminal eletrônico, fiz duas tentativas, não consegui pagar, chamei o funcionário e, da mesma forma que ele não conseguiu porque excedeu o valor mínimo, o mesmo deu-me uma senha a fim de pagar no caixa, esperei por uns dez minutos, a moça falou-me para apresentar o RG, ao que estava sem: “desculpe, mas eu não tenho aqui, eu posso voltar mais tarde?” “Até às quatro pode, não precisa pegar fila, vem direto comigo”.
Ao voltar pro trabalho, um recado: “Guilherme vai falar com o diretor porque você tem que abrir conta em banco”. O mesmo também me pediu o RG e não pude aprsentar. “Desculpe Fábio, olha eu moro perto, estou de bicileta vou e volto em quarenta minutos.” Era três e dez. Desamarrei minha bicicleta do poste e fui até em casa em pedaladas firmes, estava muito quente e eu suava, amarrei a bicileta no corrimão do hall de entrada na parte externa do prédio, peguei meu RG e CPF e; ao abrir o cadeado da bike pra ir embora; a chave - tão frágil qual uma crosta de gelo - quebrou. Era 3 e trinta.
Retornei correndo ao banco portanto, cheguei tão suado quanto um cão peludo que brinca em dias de verão. De tanta gente; mesmo tendo furado fila como a funcionária sugerira; demorou vinte minutos pra eu ser atendido, paguei o IPVA e voltei pro trabalho.
Ao chegar, tirei xerox dos documentos e entreguei ao diretor. A gerente do banco em que eu abriria conta estava lá. Assinei papeis e aproveitei para perguntar sobre taxas de fundos, previdências, CDB´s e afins. Quando deu dez da noite terminou meu expediente. Perguntaram-me “Guilherme vamos ao shopping?” “Não, obrigado, estou exausto, bom passeio.” No hall do prédio, na calada da noite, minha bicicleta ainda se mostrava presente.
Entrei no apartamento e as crianças estavam acordadas, coloquei um shorts pra dormir, escovei os dentes de um deles e fui deitar com todos. Quando acordei na sexta, minha esposa falou: “Guilherme, você deixou sua bicicleta lá fora?” “Deixei” “pois o porteiro viu alguém levando e não pôde fazer nada.
Era brincadeira. Já arrombei o cadeado.

A preguiça gasta a vida, como a ferrugem consome o ferro - autor desconhecido

9 de dez. de 2011

Perolas do facebook.





Às vezes, para entrar em contato com laguém, envio mensagem por meio de rede social, já que alguns 'amigos' usam menos o e-mail do que o facebook. E, é pois, que vejo cada coisa que, de fato, me chama a atenção. Descontração na rede é corriqueira:
1- post: “esse pessoal de casa acha que sou bobo.”
comentário: “talvez eles te conheçam mais do que você mesmo!!!hushuahua”
2- Esse é intrspectivo: veio do Felippe de Souza Jesus. Ele postou: “cara porque vc gosta de ficar falando sozinho?” daí ele mesmo comentou: “sei lá por que é maneiro...”
3 - “show do são jorge lotado e de camarote ahaha Burguesinha.” A falta de conhecimento musical é uma coisa tremenda.... se São Jorge fizer um show por aqui teremos o festa do dragão.
4 - “Quem espera smepre Aucanssa^^” - esse tipo de coisa, confesso, já me assutou mais em tempos de outrora, porém, infelizmente, as pessoas com algum grau de instrução acadêmica me convenceram que o brasileiro é perito na arte de assassinar a gramática.
5 - “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, dance, ria e viva intensamente, antes que a cartilha da vida acabe e se feche e a peça termine sem aplasuos. (Charlie Chapolin)
Boa tarde meus amoreeeees sz”
Enquanto Leticia Borges postava essa frase, ela assitia ao seu programa de tv predileto: Chapolin Colorado.
6 - Esse post vem de Mariana Assed
    11.11.11 as 11h11m,
    12.12.12 as 12h12m
    13.13.13 as 13h13m...
    e no dia 13.12.11, às 13h12m11s...”
comentário:
13.13.13? que mês é esse que vem depois do 12? trezembro? Hahaha
bjs”
e então ele ainda respoondeu:
rsrsrsrsrsrsrs é o mês do cachorro loko!!!!!!kkkkkkk”
7 - “vou ficar off por um bom tempo no face !!!”
e então Paloma Gonçalves curtiu isso e o cara que postou respondeu:
pq curtiu isso?”
É...cuidado... às vezes você é um cara chato, mesmo!
8 - post: “Onde a mulher sente mais prazer?”
comentário: “Longe de vcoê :D”
9- Aqui, o coitado teve um ente na familia que faleceu e quis copartilhar com todos e postou:
LUTO...........”
Aí vem o Ptrieck e comentea: “pô cara nem sabia que vc era lutador....”
10 – Na rede existem poetas por toda parte:“a vida é maravilhosa sem ela estariamos mortos!”
11 – Mas o pior dos comentários mesmo é uma máxima onipresente na rede: “oh fim de semana que nunca chega.”
Bom, vai trabalhar que o tempo passa – isso me faz pensar a quantidade de pessoas que trolam virtualmente, dando asas ao ostracismo.

A paz, se possível, mas a verdade a qualquer preço” - Martinho Lutero (1483 – 1546) - sacerdote e teólogo alemão.

2 de dez. de 2011

É preciso amar o que faz



Era uma vez um arquiteto cujos projetos nunca eram aprovados. No curso técnico seus desenhos eram sempre rejeitados, suas notas não eram as melhores e os colegas o debochava. Nas atividades física não se sobressaia, não era íntimo das meninas, o pessoal o evitava e a única coisa que conseguia somar na sua vida eram críticas: -Isso aí? O que é isso aí? Ahahaha... esnobava alguém da escola ao ver um dos desenhos. -Olha lá o nerd desenhando sozinho no canto, deve estar uma beleza sua 'obra'... ahaha.
Eram todos os tipos de bullying possiveis, às vezes, até fisico, mas ele não tinha segurança em si suficiente para revidar. Entrou na faculadade, e seus desenhos continuaram ìmpares – a verdade é que suas ideias eram diferentes – criativas, diga-se de passagem. Não estagiou em nenhum lugar já que não foi aprovado para nehuma entrevista de trabalho. Faltou até mesmo na festa de formatua de conclusão do curso de arquitetura.
Suas criações seguiam uma linha própria, exclusiva, algo com sua marca registrada: era fora dos padrões conservadores. Porém, não conseguia convecer ninguém a acreditar em sua 'arte', só por causa de desculpas como: "O mercado não aceita esse tipo de coisa. obrigado!"
Se viu num momento em que era tudo ou nada, e foi ter com uma grande empresa do ramo da construção. O diretor da empresa era mestre em engenharia civil. Ao que chega o aspirante.
-Com licença, eu tenho esses projetos aqui. O que o Senhor acha? Quase chutou o coitado. Não saiu de lá cabisbaixo, pelo ocntrário, buscou maneiras de se inspirar cada vez mais, já que a insegurança de outrora não fazia mais parte da sua filosofia de vida. Era mais otimista espiritualmente. O tempo passou. Ganhava a vida fazendo sites para conhecidos e, à noite, tirava uma gorjeta extra em restaurantes – mas seu sonho ainda estava para acontecer, e foi quando o engenheiro civil, diretor daquela grande empresa ligou para ele:
-Você tem aqueles projetos ainda? -Tenho, sim Senhor. -Pois vai ter uma palestra na capital com pessoas de fora do país que querem aprovar algumas ideias semelhantes às suas. Você poderia comparecer?
A moda de mobílias residenciais estava no auge. Aquele moço - cujos sonhos não passavam de frustrações - nunca imaginou palestrar para mais de 400 pessoas. Apresentou seus projetos idealizadores, o que mudaria o papel global da arquitetura artística conceitual: camas suspensas; quartos com piscinas (além de diversos quartos temáticos); barcos com mobílias medievais; restaurantes sub-aquáticos; restaurantes dentro de caverna; restaurantes em árvores e até mesmo suspensos no ar; banheiros-livrarias e afins. Algumas coisas foram aprimoradas e suas ideias atravessaram fronteiras.
"Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor." - Wolfgang Amadeus Mozart. (1756 - 1791, Áustria)