9 de nov. de 2012

O primeiro a pisar no campo de batalha e o último a sair




Era uma vez um pai que brigava muito com o filho - Kim era seu nome. A bem da verdade quando o pai briga com os filhos, oitenta por cento (ou quase isso), não é culpa do pai. Principalmente na fase de adolescência é quando o ser-humano mais quer ter razão. Eu vejo isso pelos meus alunos. O cérebro está em plena transformação, algumas opiniões encharcam a cabeça das menina e meninos e é nessa fase que a descoberta do amor começa a engatinhar paixões – a adrenalina emocional desperta, ou seja, são muitas coisas de uma vez só para uma mente não-madura ainda. A maioria nem se interessa pelos estudos! O celular é bem mais importante que um livro, a internet chama mais atenção do que um caderno, e aquele(a) garoto(a) bonita(a) da escola tem mais razão que o pai e a mãe juntos.
Era essa mesma razão que fazia com que a raiva gerasse a raiva dentro daquela casa. A guerra era inevitável. O filho Kim só chegava tarde em casa, comia fora de hora, não falava com o pai e com a mãe tampouco. Fumava e, por vezes, passava mais de um dia fora de casa. Infeliz situação para qualquer adolescente. De um lado, estava o pai a impor o melhor para Kim; do outro, o filho a executar ações pelas quais julgava corretas.
Adolescentes adoram sair, beber, dançar: anarquia é o melhor estilo de vida para defini-los, de modo que certa feita quando voltava de uma festa tarde da noite, o colega de Kim bateu o carro. Havia quatro pessoa no veículo. Todas saíram prejudicadas. Kim, em questão, perdeu o movimento das pernas. Quando recebeu alta do hospital, deixou a instituição numa cadeira de rodas. Seu pai não aguentava ver tamanho sofrimento.
Conversaram muito, se perdoaram, e, depois de algum tempo o pai resolveu tomar uma decisão que mudaria para sempre a vida daquela família. Seria difícil para Kim, mas a proposta era abandonar a cadeira de rodas aos pouco e, seu pai, estava disposto a incentivá-lo. Numa tarde de domingo, foi até o quarto do filho, estendeu-lhe as mãos e, então, o pai puxou o filho a fim de que se permanece de pé. Kim não tinha força nas pernas, não as movimentava. Os braços de Kim foram apoiados sobre os ombros do pai. Um estava de frente para o outro. Ao mesmo tempo em que o pai segurava os braços do filho ele deu meia volta a fim de se manter de costas para o filho. Kim estava de pé, e o pai deu um passo à frente – puxando-o pelos braços. As pernas de Kim não moviam-se, de modo que foram arrastadas. O pai deu outro passo, e mais outro e vários passos até que Kim pudesse debutar os primeiros movimentos com os pés. O pai de Kim o puxava durante quilômetros, a fim se fazer o filho andar, fosse num parque, fosse à padaria, estação de trem, escola, ou mercado, o pai estava lá – ensinando o filho a andar novamente. Os médicos previam um ano no mínimo até que Kim conseguisse recuperar-se completamente, porém, com a ajuda do pai, o esforço e a força de vontade de ambos, bem como a harmonia que sintonizava a relação pai-filho, foi possível estar totalmente curado em dois meses.
Hoje, a paz reina dentro daquela casa. Pai, mãe e filho almoçam juntos, saem juntos, vivem perfeitamente bem, e às vezes, um convite para sair com os amigos é até recusado. Apenas para passar algumas horas com alguém que valha a pena. O Pai a quem um dia jurou amá-lo para sempre.

você sabe que conseguiu conquistar seus objetivos quando o invisível se torna visível.” - autor desconhecido.

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