26 de out. de 2012


O luau
Na praia, todos reunidos em volta à fogueira. A lua mostrava sua face para as pessoa daquela roda, e as ondas do mar bailavam ao som do violão de um nativo. Mas antes que ele começasse uma outra canção, resolve, pois uma estória contar:
"Era um dia de domingo, a praia estava muito cheia, o mormaço queimava eo vento não soprava. O mar bravio, com fortes ondas, recebia poucos surfistas, e a recomendação da patrulha local era que os banhistas nivelassem a água na cintura.
Nove horas da manhã, e os experientes surfistas sabiam que o mar não estava para peixe. Todos reunidos, quando um deles se afastou a fim de pegar uma onda que quebrava mais longe. Nessa onda ele fazia movimentos que acompanhavam a harmonia da natureza, parecia notas musicais saídas de uma bela canção. Foi surfando até a areia. Porém voltou para pegar mais ondas.
Nesse instante começou um vento forte, o mar se agitou e o rapaz só tomava "caixote" na cabeça, e dos grandes – as gigantes ondas quebravam sobre seu corpo. Os outros surfistas perceberam a dificuldade e foram ajudá-lo, mas logo veio uma tão grande que, nós locais daqui, nunca vimos nada parecido. O rapaz que estava lá no mar foi engolido, tragado, sumiu e, na hora que os banhistas viram a prancha chegar sozinha na beira da praia sem o surfista, a galera toda caiu na real. Cadê o cara, cadê o cara?
Quando a família soube do afogamento, entrou em pânico. O que muita gente não sabia é que o rapaz, experiente como era, ao perceber a fúria do mar, largou a prancha e nadou sozinho até as pedras, por debaixo d` água, num exercício de apneia. Até o olho ele conseguiu abrir sob a fúria do fundo mar e foi dar no lado das pedras, de modo que, para chegar à areia ele deveria pular por sobre as rochas. E enquanto o pessoal estava à sua procura, o rapaz tentava decifrar qual seria a próxima pedra que deveria pisar – o caminho era longo e duro, literalmente.
Chegou polícia, guarda municipal, bombeiros, uma confusão. Os salva-vidas entraram com tudo na água, bote inflável, jet ski, alto-falantes alertavam para ninguém permanecer no mar. Depois de duas horas de procura ainda não tinham encontrado nada. A esposa estava desconsolada e o único filho muito triste, mas não perderam a esperança.
Eis que o cara surge, com um caminhar tranquilo, como se nada tivesse acontecido. Os guarda-vidas foram socorrê-lo, mas o aspecto saudável os convenceram de que não era preciso resgate. A aglomeração entorno era inevitável, foi quando surgiu seu filho correndo em sua direção, ao que todos abriram espaço. O moleque tinha uns nove anos, o pai se ajoelhou e no momento do abraço, qualquer coisa que você perguntasse pro menino ali, ele seria incapaz de responder."
"Por quê?" quis saber uma das meninas presentes na roda. Nesse instante o moço-local preparou o acorde ré de seu violão, prenúncio da música que viria logo após a resposta: -Porque chorava copiosamente.
"Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela". -Albert Einstein

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