A
compaixão toma posição com o outro em horas de
infortúnio. Compaixão é uma característica
nata do ser humano; é uma disposição ativa para
a amizade; é vontade de estar do lado do outro trazendo
consolo e apoio na tristeza e na aflição.
Era
uma vez uma mãe viúva que tinha duas filhas. A mais
velha se parecia muito com ela, já que possuíam traços
maléficos, cujas personalidades tinham características
muito frias. A filha caçula era diferente, tão mais
humana quanto mais carinhosa.
Elas
viviam no campo, onde água era um recurso inexistente, por
isso mesmo a mais nova sempre tinha que viajar duas vezes por dia até
um poço que ficava a cinco quilômetros de distância,
em um dia apareceu uma moça sedenta:
-Por
favor, conceda-me um pouco de água. Ao que a menina
amarrou uma corda ao jarro, levou-o até o fundo do poço,
ergueu-o cheio e entregou à pessoa:
-Que
pessoa mais dócil e gentil, muito obrigada. Eu, como uma fada
disfarçada, lhe concedo o dom de, a cada palavra proferida de
sua boca, sairem rosas e pedras preciosas.
De
retorno à casa, a mãe esbraveja:
-Por
quê demoraste tanto? Não vês que sua irmã e
eu precisamos de água? E, ao primeiro sinal de algumas
palavras, eis que jóias são lançadas ao ar.
-Nossa,
então existem diamantes saindo de sua boca?! Exclamou a
mãe. De modo, que, agora é a filha filha mais velha
quem foi esclada para buscar água - e essa resmungava sem
parar:
-Veja
só, eu ter que ir buscar água... vê se pode... só
faltava essa! Ao chegar ao poço, a filha mais velha
avista a mesma fada que a irmã conhecera antes. A menina mal
caráter foi logo avisando:
-Escuta
aqui ô sua velha, se você acha que vou pegar água
pra você, engana-se muito, eu não farei nada pra
ninguém, se queres água, te vira, vá você
mesmo.
-Nossa,
que pessoa mais isolente e sem coração, por isso mesmo
lhe concedo o dom de, a cada palavra dita, saírem cobras e
sapaos de sua boca. Sua mãe, assustada com tantos répteis
e anfíbios pelos cantos, atribui a culpa à sua filha
mais nova, e a expulsou de casa. Foi então que, ao caminhar
perdida pela floresta, passa por ali, o filho do rei, e esse
questiona:
-O
que uma menina tão bonita faz aqui perdida? E, cabisbaixa
responde: -Fui expulsa de casa. O príncipe, ao perceber
que diamantes eram expelidos, entende, pois, que aquela pessoa não
poderia ser abandonada desse modo. De maneira que levou-a ao castelo.
A
filha mais velha, de tanto cuspir bichos estressou sua mãe, de
modo que a mesma não mais a quis em seu abrigo, e foi viver em
meio às árvores. Esquecida por todo mundo, padece em
algum lugar que não o Paraíso. Sua mãe fica só
na casa e morre doente e velha, enquanto que a filha mais nova
casa-se com príncipe em seu suntuoso palácio.
“Por
mais que me digas palavras impróprias; de minha boca só
sairão palavras dóceis, pois é o que tenho para
oferecer.” – autor desconhecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário