20 de jul. de 2012

Crônicas da compaixão




A compaixão toma posição com o outro em horas de infortúnio. Compaixão é uma característica nata do ser humano; é uma disposição ativa para a amizade; é vontade de estar do lado do outro trazendo consolo e apoio na tristeza e na aflição.
Era uma vez uma mãe viúva que tinha duas filhas. A mais velha se parecia muito com ela, já que possuíam traços maléficos, cujas personalidades tinham características muito frias. A filha caçula era diferente, tão mais humana quanto mais carinhosa.
Elas viviam no campo, onde água era um recurso inexistente, por isso mesmo a mais nova sempre tinha que viajar duas vezes por dia até um poço que ficava a cinco quilômetros de distância, em um dia apareceu uma moça sedenta:
-Por favor, conceda-me um pouco de água. Ao que a menina amarrou uma corda ao jarro, levou-o até o fundo do poço, ergueu-o cheio e entregou à pessoa:
-Que pessoa mais dócil e gentil, muito obrigada. Eu, como uma fada disfarçada, lhe concedo o dom de, a cada palavra proferida de sua boca, sairem rosas e pedras preciosas.
De retorno à casa, a mãe esbraveja:
-Por quê demoraste tanto? Não vês que sua irmã e eu precisamos de água? E, ao primeiro sinal de algumas palavras, eis que jóias são lançadas ao ar.
-Nossa, então existem diamantes saindo de sua boca?! Exclamou a mãe. De modo, que, agora é a filha filha mais velha quem foi esclada para buscar água - e essa resmungava sem parar:
-Veja só, eu ter que ir buscar água... vê se pode... só faltava essa! Ao chegar ao poço, a filha mais velha avista a mesma fada que a irmã conhecera antes. A menina mal caráter foi logo avisando:
-Escuta aqui ô sua velha, se você acha que vou pegar água pra você, engana-se muito, eu não farei nada pra ninguém, se queres água, te vira, vá você mesmo.
-Nossa, que pessoa mais isolente e sem coração, por isso mesmo lhe concedo o dom de, a cada palavra dita, saírem cobras e sapaos de sua boca. Sua mãe, assustada com tantos répteis e anfíbios pelos cantos, atribui a culpa à sua filha mais nova, e a expulsou de casa. Foi então que, ao caminhar perdida pela floresta, passa por ali, o filho do rei, e esse questiona:
-O que uma menina tão bonita faz aqui perdida? E, cabisbaixa responde: -Fui expulsa de casa. O príncipe, ao perceber que diamantes eram expelidos, entende, pois, que aquela pessoa não poderia ser abandonada desse modo. De maneira que levou-a ao castelo.
A filha mais velha, de tanto cuspir bichos estressou sua mãe, de modo que a mesma não mais a quis em seu abrigo, e foi viver em meio às árvores. Esquecida por todo mundo, padece em algum lugar que não o Paraíso. Sua mãe fica só na casa e morre doente e velha, enquanto que a filha mais nova casa-se com príncipe em seu suntuoso palácio.


Por mais que me digas palavras impróprias; de minha boca só sairão palavras dóceis, pois é o que tenho para oferecer.” – autor desconhecido.




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