25 de abr. de 2011


Barriga de aluguel


Uma mulher queria engravidar. Mas ela havia removido o útero. Não bastasse, tinha princípios de síndrome do pânico, e era hipocondríaca. Sempre arrumava, todavia, desculpas para não sair de casa. De repente, houve a notícia de que ela engravidou.
O boca-boca corria na vizinhança tal qual um maratonista jamaicano, contudo, as poucas pessoas que sabiam do caso, não faziam fofoca do fato, mas ficaram confusos.
Como assim está grávida, ela não tirou o útero?” – comentavam. Muitos nem nunca tinham visto a moça, tão enclausurada ela era. E quando ia para a faculdade, o motorista levava. O marido, empresário, pagava tudo! O casal era bem de vida.
O moço não se sentia desconfortável com as síndromes da esposa, já que ela não era do tipo que argumentava questões como onde você vai? com quem? por que? quando? e que horas volta? - essa perguntas são naturais de todas as mulheres que são casadas com maridos que trabalham e ficam fora o dia todo.
Mas com ela era diferente - nem ligava para isso, talvez porque grana nunca lhe faltava, de modo que o marido até viajava e voltava três ou quatro dias depois, e a moça tinha motivos para estar feliz: grávida - o que sempre quis.
Porém, um belo dia, antes de a esposa engravidar, o marido - um cara organizado, que planejava tudo - foi ter com Maria, uma mulher viúva, conhecida da familia, cujo único filho era casado e morava em outro estado. Maria teve esse filho co dezesseis anos, indesejavelmente. O ex marido de Maria era viciado e moreu de overdose.
Maria ouviu o empresário atentamente: “Olha, Maria te dou esse dinheiro aqui, você quer?” E mostrou uma pequena valise cheia: Quero, o que devo fazer?“Minha mulher não tem útero e queremos um filho”.
Três dias depois Maria liga para o rapaz: “Topo!”.
A vizinhança, de então, jamais soube.
A árvore não nega sua sombra nem ao lenhador.Provérbio Hindu



filha: lara

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