11 de set. de 2011

Direitos Desiguais


Direitos desiguais
 
 
Lembro-me de um filme que assisti há algum tempo e que se chamava “Insônia”, aliás, recomendo, justo pela participação de dois maiores protagonistas da indústria cinematografia: Robert de Niro e Robin Willians. Na ocasião, um policial fica a cara a cara com o bandido e mantém um dialogo amigável até. Pergunto-me porque a autoridade não prende o rapaz, invés, de conversarem. Prende já! Mas não. Fato é que o policial precisava de provas, e a ideia é pega-lo no flagra! Aqui mesmo em Santo André , certa feita, um bandido prendeu uma jovem de 15 anos em seu próprio apartamento. Eloá era seu nome. Atiradores de elite o tinham na mira. Fracassaram. Não pode matar bandido por causa de direitos humanos. A jovem morreu.
A carta abaixo traça um quadro dos privilégios em ser bandido, em que as leis o protege:
“Senhor Bandido.
Esse termo de senhor que estou usando é para evitar que macule sua imagem ao lhe chamar de bandido, marginal, delinquente ou outro atributo que possa ferir sua dignidade, conforme orientações de entidades de defesa dos Direitos Humanos.
 Durante vinte e quatro anos de atividade policial, tenho acompanhado suas "conquistas" quanto à preservação de seus direitos, pois os cidadãos e, especialmente, nós policiais estamos atrelados às suas vitórias, ou seja, quanto mais direito você adquire, maior é nossa obrigação de lhe dar segurança e de lhe encaminhar para um julgamento justo, apesar de muitas vezes você não dar esse direito às suas vítimas.
Todavia, não cabe a mim contrariar a lei, pois me ensinaram que o Direito Penal é a ciência que protege o criminoso, assim como o Direito do Trabalho protege o trabalhador, e assim por diante.
Questiono que hoje em dia você tem mais atenção do que muitos cidadãos e policiais. Antigamente você se escondia quando avistava um carro da polícia; hoje, você atira, porque sabe que numa troca de tiros o policial sempre será irresponsável em revidar. Não existe bala perdida, pois a mesma sempre é encontrada na arma de um policial ou pelo menos a arma dele é a primeira a ser suspeita.
Sei que você é um pobre coitado. Quando encarcerado, reclama que não possuímos dependências dignas, a fim de que você se ‘ressocialize’. Porém, quero que saiba que construímos mais penitenciárias a que escolas ou espaço social, ou seja, gastamos mais dinheiro para você voltar ao seio da sociedade de forma digna do que com a segurança pública para que a sociedade possa viver com dignidade. Quando você mantém um refém, são tantas suas exigências que deixam qualquer grevista envergonhado.
 
Presença de advogados, imprensa, colete à prova de balas, parentes, até juízes e promotores você consegue que saiam de seus gabinetes para protegê-los. Mas se isso é seu direito, vamos respeitá-lo. Enfim, espero que seus direitos de marginal não se ampliem, pois nossa obrigação também aumentará. Precisamos nos proteger e ter nossos direitos. Não o direito de lhe matar, mas o de viver sem medo de ser um policial.
 Dois colegas de vocês morreram, assim como dois de nossos policiais sucumbiram devido ao excesso de proteção aos seus direitos. Rogo para que o inquérito policial instaurado; o qual certamente será acompanhado por um membro do Ministério Público e outro da Ordem dos Advogados do Brasil; não seja encerrado com a conclusão de que houve execução, ou melhor, violação aos Direitos Humanos, afinal, vocês morreram em pleno exercício de seus direito”.
O mundo em guerra é consequência da natureza do ser-humano.
 
 
“Somente os mortos virão o fim da guerra.” – Platão, filósofo e matemático da Grécia Antiga (428 – 348 a .C.).

Nenhum comentário:

Postar um comentário