Um grupo
combinou de sair. Eram cinco. O destino: um restaurate. Entre eles,
Bruno, que se sobressaía por uma característica difícil
de encontrar nas pessoas que habitam a cidade grande: ele era tão
calmo quanto um rio que não necessita ser empurrado. Na escola
tal virtude - se assim podemos dizer - lhe rendera vários
apelidos, como “Charlie Brown”, “devagar-quase-parando”,
“Mister Magoo” entre outros mais que surgia com a moda da época.
E tal qual
um rio que sempre vai pra frente, Bruno tinha objetivos claros de
nunca parar na vida; não era preguiçoso; gostava de
fazer muitas coisas e apreciava os momentos que a vida fornecia. Ele
sabia da dificuldade em encontrar qualidade de vida numa cidade
agitada, em que o sobrenome das pessoas levava a alcunha de
“estresse”.
Então,
no restaurante os amigos combinaram de irritá-lo. A garçonete
sabia de tudo. Sentados envolto à uma mesa redonda, quando
chegou o primeiro prato que, aliás, era uma sopa bem gostosa,
Bruno ficou sem ela. A garçonete, no entanto, não o
serviu. Os quatro amigos já estavam a saboreá-la
quando Bruno chamou a garçonete.
-Moça,
por favor. -Pois sim, cavalheiro, o que deseja? E, então,
ele falou com toda a calma de espírito. -Desculpe-me, mas
acho que a senhora esqueceu de trazer meu prato. -Ah, sim!
desculpe-me, vou pegá-lo.
Os amigos na
mesa não falavam nada, só observavam. Eles já
haviam terminado a sopa, de modo que Bruno tornou a chamá-la.
-Moça, acho que a senhora deve ter esquecido da minha sopa,
tavez seja o imenso trabalho aqui no restaurante. -Sim senhor,
desculpe senhor, já vou verificar. Nisso, a garçonete
percebe que os amigos já haviam terminado e ofereceu mais um
prato. -Com licença rapazes, vocês vão querer
mais sopa? Todos concordaram. Quando ela trouxe a iguaria à
mesa, esqueceu-se novamente de Bruno. Os amigos continuavam calados.
Bruno estava com fome. Novamente chamou a garçonete.
-Moça,
meus amigos estão no segundo prato e, a mim, nem ao menos foi
servido o primeiro. Ao que ela retruca. -Senhor, me desculpe,
mas eu já trouxe seu prato. -Não, a senhroa não
me trouxe nada ainda! -Trouxe sim, senhor. O senhor comeu e talvez
não lembre. -Como poderia não lembrar-me de tão
cheirosa sopa senhora? -Pois, francamente, o senhor já
tomou sim. Nisso os colegas presentes torciam para que ele se
irritasse, já que a discussão caminhava para isso,
porém, com toda sua sabedoria de espírito e instrução
cultural, disse à funcionária do estabelecimento:
-Senhora,
muito obrigado por ter trazido minha sopa. E, sinceramente, eu nuca
experimentara tão deliciosa iguaria, de maneira que o
restaurante se empenhou tanto em me sevir um prato tão gostoso
que seria dificil recusá-lo. A senhora, por favor poderia me
servir novamente?
Ao que assim
foi feito e, mais uma vez, os amigos não conseguiram
sacaneá-lo.
O
segredo da vida é aproveitar cada calmaria, cada pequeno
momento – autor
desconhecido
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