14 de mar. de 2013

O conto das estrelas


Toda noite, Clara ficava debruçada em sua janela a contemplar as estrelas. Ela desejava tocar em uma. Certa vez, não aguentou e foi em busca de seu objetivo. Enquanto andava, olhava para o céu. De repente, encontrou um moinho: -Seu moinho, eu quero brincar com uma estrela, você sabe se existe alguma por aqui? -Ah sim, claro, falou o moinho, elas brilham em minha janela todas as noites, a mais forte vem daquela lagoa. Lá você vai encontrar.
Ao chegar à lagoa mergulhou e nadou até cansarem os braços, mas não tinham estrelas. Quando saiu da água percebeu que havia um riacho por perto: -Seu riacho, eu gostaria de tocar nas estrelas, onde posso encontrá-las? -Pois bem garotinha, elas vivem a reluzir e não me deixam dormir. Ande por minhas margens e as encontrará.
Andou, andou e nada. Cansada, sentou-se num tronco em meio à relva e, de repente, surgiram pontinhos brilhantes. Eram 'As Fadas', e uma delas quis saber: -Oi menina, está só? -Sim, eu quero brincar com uma estrela, vocês sabem onde posso tocar em uma? 'As Fadas' indicaram que ela deveria falar com 'Quatro-Pés', que ele a levaria até 'Sem-Pés' e depois teria que ir à 'Escada-Sem-Degraus'. Antes que a menina pudesse agradecer a sugestão, 'As Fadas' haviam sumido.
A menina, pois, avistou um cavalo preso à uma árvore. -Olá seu cavalo, eu quero tocar nas estrelas, onde as encontro? -Desculpe-me, mas eu não me manifesto. Estou aqui à mando de As Fadas. -Eu falei com elas, e me disseram que era pra ir com o Quatro-Pés e depois o Sem-Pés. -Quatro-Pés? Sou eu mesmo...  pode subir, vamo-que vamo...
Quatro-Pés correu em meio à floresta até chegar numa praia. -Aqui é o fim da linha garotinha, agora eu volto pra casa. A menina apeou, agradeceu, e andou pela areia da praia até encontrar um peixe gigante a dormir na beira. -Seu peixe, você está bem? -Ahã, hein? quem é você? -Eu encontrar uma estrela, o senhor sabe onde posso brincar com uma? -Não estou autorizado a falar com estranhos, trabalho apenas para As Fadas, vá ter com elas. -Mas eu falei, e elas me disseram para encontrar o Sem-Pés.
-Sem-Pés??... ah...esse sou eu, então sobe aí e vamos nessa. Eles nadaram muito. Quando chegaram num lugar onde parecia que o céu encontrava o mar, ainda continuaram a nadar, e depois de muitas horas, o peixe parou em meio à solidão calma do oceano noturno e disse: -É aqui! Fim da linha, pra frente não avanço mais. Ao falar isso, apareceu ao lado deles uma espécie de caminho que leva às alturas da vastidão do céu estrelado. Não era uma estrada porque não tinha acostamento, nem cimento e nem carros. Não era um arco-íris, pois tinha uma cor prateada que cintilavam luzes radiantes. Era a Escada-Sem-Degraus. Ao que Sem-Pés a instruiu: -Cuidado mocinha, essa escada não foi feita para garotinhas que tem os pés como os seus.
A menina pôs-se a subir, então. Quando estava cansada, pensou em voltar, mas absolutamente o fez, já que chegara tão alto. Tentou levantar a mão, mas percebeu que ainda faltava muito para alcançar as estrelas. O dia já estava para amanhecer e, quando ela encontrou o topo da Escada-Sem-Degraus, viu passar uma estrela cadente, esticou-se toda para que pudesse tocar, mas escorregou e caiu. Foi caindo... caindo... 
...Acordou em sua cama e viu em seu punho cerrado que algo lumiava. Ao abrir a mão, surge uma estrelinha em sua palma, que logo desaparece -Será que foi um sonho, ou eu toquei as estrelas de verdade?

"Habilidade é o que você é capaz de fazer. Motivação determina o que você faz. Atitude determina o quanto você faz isso bem feito" – autor desconhecido.

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