23 de abr. de 2011



Em cima da terra, debaixo do céu, vou bem.
Roni cresecu 'se virando' na vida, somente precisava de alguém quando muito necessário e, assim, soube se educar independente. Mas quando criança era um menino bobo até, sofria bullyng na escola, era gordo, e as meninas não olhavam para ele. No clube, apanhava sem revidar, todos gostava de brincar de 'mão' com ele já que não reagia, e não entendia muito porque a vida era assim. No ginásio era o último da escola. Literalmente: sentava lá nos fundos, tinha amigos, é verdade, mas não conseguia evitar que os mesmos 'zoassem' com ele.
Ao entrar na faculdade, não conseguia estágio, ficava nervoso nas entrevistas, seu currículo não era legal, já que não tinha experiência. Niguém lhe dava oportunidade. Eis que alguém falou que na periferia tinha um lugar onde as pessoas se divertiam, mas era o único da região. Teve então uma ideia: Preparou uma quantidade de 100 hambúrgueres com queijo, alface e tomate e foi na porta do lugar vender. Colocou o isopor no chão e esperou.
Antes das pessoas entrarem na balada já tinham sido vendidos uns trinta. Esperou até as três da manhã. Sobraram dois lanches: um comeu, o outro deu para um rapaz de rua. Fez isso repetidas vezes até montar sua pequena lanchonete, mas Roni sempre teve o sonho de fazer uma viajem pela América Latina. Ele nunca foi adepto à ideia de que para se viver precisa de dinheiro – a moeda apenas compra cosias, e quem quiser que corra atrás. E, quem não quer, vende a lanchonete para seu irmnão, como Roni fez.
Máquina fotográfica em punho, e um cobertor na mochila, lá se foi Roni a explorar o cone sul. Quando ele saía do Rio Grande do Sul, a fim de descer ao Uruguai, tinha menos que a metade da grana. Na Argentina, o dinheiro acabou praticamente, mas se fosse qualquer outra pessoa, teria retornado a tempo. Mas não Roni! Nem ao menos ele falava castelhano. E engatou o português mesmo.
-Com licença moço, estou a viajar, passeando por esse mundo e não tenho dinheiro. Em troca de uma refeição posso lavar pratos? -E você tem experiência com isso? –Tenho! Eu tive uma lanchonete no Brasil. -Não acredito! -Tudo bem. Olha: Estou oferecendo meu serviço de lavador de prato, agora, se eu sei fazer isso ou não, já é outra coisa, é tudo que eu tenho para ofrecer. O cara do bar concordou, quando terminou sua refeição, mal se levantou da cadeira, e o dono do bar falou: -Pode ir, tá tudo certo. Roni usou esse sincero argumento em todos os lugares em que ele precisava comer. Na Argentina até o contratarm como chapeiro, em troca de uns pratos de comida, em outra ocasião, se tornou gerente de uma lanchonete na Venezuela, onde, aliás, conheceu uma feguesa muito bonita. Em poucos dias a moça iria para Lima (Peru), parcitcipar do Miss América Latina. Papo vai papo vem, Roni largou seu emprego de gerente (ele nunca se prende à trabalho sob pressão), e foi com ela. No caminho soube que ela era miss Caracas. A moça se encantou com a lábia de Roni, já que nessas andanças ele descobriu que sinceridade e um boa conversa é tudo que a mulher pode querer.
Chegaram ao destino. A moça pagou a estada dele. O evento só aconteceria no dia seguinte, então foram para Machu Pichu, conheceram as civilizações mais antiga do mundo, pegaram o 'trem da morte' e falaram com pessoas de toda a sorte. No dia seguinte, Roni saiu cedinho do hotel e deixou seus contatos num pedaço de papel. A garota foi a vencedora. Os jurados gostaram dela pelo conhecimento e desenvoltura em se articular com pessoas, já que muitas coisas aprendera com Roni.
Passou por Galápagos, Patagônia, Ilha de Páscoa, Caribe, e, no aeroporto de Curaçao pediu moedas para pagar sua passagem de volta ao Brasil. Dormiu lá quase dois dias até conseguir tudo, fez baldiação no México, mas o vôo atrasou - foi a deixa para que postasse, em seu blog, fotos de sua última viajem. No Brasil, a surpresa: seu irmão tinha montado uma rede de fast-food que era um sucesso. Uma semana depois, a revista de maior conceito mundial do segmento viajem entrou em contato com ele e queria uma das fotos que estava na internet. Ele não vendeu a foto. Inves disso começou a trabalhar na revista como editor de fotografia. A venezuelana ligou para Roni e disse-lhe que tinha três notícias: duas boas e uma ruim: Qual você quer primeiro? -A boa. -Sou miss América Latina. Ele ficou superfeliz. -Agora a ruim, então. -Não poderei particpar do Miss Universo. -Por quê? -Estou grávida.

Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida” Séneca





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