20 de jan. de 2012

Crônicas de uma historia sobre responsabilidade





O cérebro humano evoluiu de forma a sempre advogar a favor de si próprio. Somos os mais devotos defensores de nós mesmos. A primeira reação ao sermos confrontados com o fato de termos feito algo ruim é tentar convencer a nós mesmos e depois aos outros de que aquilo não foi tão grave. A segunda é transferir a responsabilidade.
Era uma vez um líder de uma tribo que comandava dezenas de soldados. Eles vivam da caça para comer e conquistavam seus territórios por meio de lutas armadas e com ameaças físicas empunhados de instrumentos bélicos, muitas vezes manufaturados.
Certa feita quando saíram para caçar na selva andaram por toda a floresta, mas a empreitada não resultou sucesso satisfatório. O líder, cujos punhos, pairava seu estimado falcão, resolveu tentar pegar outro caminho a fim de encontrar as melhores presas, e disse aos seus homens que retornassem ao acampamento.
O caminho que escolhera para que não voltasse de mãos vazias incluia passar pelo deserto, foi quando em determinado momento, no fim daquela tarde quente, ele avistou uma encosta rochosa por onde pingos d`água atravessavam, ao que sacou seu cantil e o posicionou sob a fina cachoeira gotejante. Depois de muito esperar, ele já estava a levar à boca e foi quando seu gavião, num vôo rasante, encostou em sua mão e derrubou a água.
  • Seu falcão malvado. Por que agiste de tão absurdo ato?
E eis que o homem, novamente, encheu seu cantil gota a gota e quando estava a beber, sua ave de estimação derramou pela segunda vez.
- Não te atrevas a fazeres isso de novo, senão passo lhe o facão e você não mais me pertubarás. De modo que ele estava com tanta sede que, dessa vez, não esperou encher tudo e, quando a água estava na metade do recipiente, se preparava para levar à boca ao que o falcão desperdiçou o líquido. O moço enfurecido não aguentou, lhe passou o facão. O pássaro jazia morto no chão do deserto, pois. Pensou:
- Quer saber, vou escalar essa rocha, encher esse cantil e beber quanta água eu quiser.
Ao chegar no topo da pedra, cansado, suado, sem energia, viu de fato o poço de água, com o detalhe que ali boiava uma falecida serpente cujo veneno se misturava à fonte.
- Puxa vida, o falcão até tentou me avisar, mas eu o ignorei, agora fiquei sem ele e sem a água.
Nosso cérebro quer sempre nos quer fazer acreditar que se agimos mal foi porque fomos provocados. A maioria dos indivíduos que cometem atos perversos não enxerga tanta maldade.

Todos conquistam o que desejam, mas nem sempre se satisfazem com isso” do filme As Crônicas de Nárnia.

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