13 de jan. de 2012

O homem sábio



Num passado distante, os Sábios eram os gurus dos reinos e havia um que, para se aproximar de seu povo, dava expediente no deserto sob a sombra de um coqueiral defronte a um lago, sempre sentado numa esteira com as pernas cruzadas. Era baixinho e com longas barbas brancas, fazia fila para que ele tirasse as dúvidas do povo. Perguntou um homem:
-Senhor: Existe uma coisa na natureza que não tem razão de ser. -E o que é? - É o horizonte, continuou o homem... é muito estranho, pois se eu caminho dez metros ele se afasta de mim, se caminho 500 metros ele vai ficando distante os mesmos 500 metros, se ando dez quilômetros, nunca vou encontrá-lo. Pra que, então, existe o horizonte mestre?
- mas é justamente para isso que o horizonte existe, meu filho... para fazê-lo caminhar.
O próximo na fila era alguém com muita inveja do sábio e estava ali para insultá-lo, ao que falou palavras de baixo calão, atirou pedras em direção ao mestre, cuspiu ao chão, ameaçou de batê-lo, deferiu calúnias, enfim, desconcertou e tentou destruir a figura daquele experiente sábio. Ao final, foi embora sem justificativas, de modo que o velho ficou imóvel sem falar nada. Os próximos da fila estranharam tal comportamento, de maneira que eles eram viajantes que, ao conhecer a sábia reputação do mestre queriam mudar para aquele vilarejo tão espirituoso, ao que perguntaram:
-Mestre, eu venho de um lugar que só tem pessoas mal caráter, inescrupulosas e sem educação. Quais tipos de pessoas que posso encontrar neste vilarejo? -As mesmas que habitavam o local de onde você saiu, simplifiou o mestre. O outro perguntou: -E eu venho de um lugar onde as pessoas são boas, respeitosas e muito alegres. -Qual o tipo de pessoas deste povoado? -As mesmas que você encontrou por lá, disse.
E os dois indagaram se era realmente possível dar a mesma resposta para perguntas diferentes, ao que o mestre afirmou: - Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Aquele que nada enconta de bom nos lugares por onde passa, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontra amigos, também os encontrará aqui. Todo homem é um milagre e traz em si uma evolução.
No dia seguinte, a agenda estava reservada para um comício nas montanhas. E o mestre perguntou ao povo: -Senhores, se alguém chega até vocês com um presente, e vocês não aceita, a quem pertence o presente? Em coro responderam: -A quem tentou entregá-lo, mestre. E referindo-se ao acontecimento do dia anterior em que foi insultado, concluiu:
-O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. Vossa paz interior depende exclusivamente de vocês. As pessoas não podem lhe tirar a calma. Só se você permitir.
Cada um encontra na vida exatamente aquilo que traz dentro de si. O presente e o futuro somos nós que criamos”. – autor desconhecido.

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