26 de abr. de 2012

Lorenzo, il ragazzo piccolo.




Ao chegar em casa todos dormiam. De um susto, ao ranger da porta, Lorenzo acorda – parecia estar com saudade. Abraçou-me logo quando entrei. Naquela noite não fui para a internet, não abri um livro, não assisti meus programas - apenas fiquei com ele. Liguei a TV na emissora de desenhos e, enquanto os sons de bichinhos inanimados ecoavam na sala, Lorenzo e eu estávamos a preparar um lanche na cozinha.
Num prato coloquei bolachas de água e sal juntamente com bisnaguinhas e um pote de requeijão – levei tudo pra sala. Enquanto assistíamos Barney, fazíamos a refeição. Assim como o professor é o maestro da escola, o pai é o árbitro da partida, então, decidi desligar a tv – objeto esse de alienação – e peguei uns brinquedos.
Na cama do meu quarto esparramei as peças do jogo que eram divididas entre figuras e letras do alfabeto. Objetivo: olhar os desenhos e escrever os nomes dos objetos num tabuleiro.
Lorenzo é hiperativo, carinhoso e gosta de um abraço, porém, quando está em seu momento de introspecção, cria um mundo só pra ele, em que as regras do jogo é ele quem faz. Não é errado, é do jeito dele! Algumas línguas dizem que parece comigo, sobretudo fisicamente, diga-se de passagem.
Demodo que, o que ele conseguiu fazer foi algo totalmente diferente do que a regra sugeria, já que, convenhamos, aos quatro anos, é desafiador montar um abecedário. Então Lorenzo criou uma nova forma de brincar, o que resultou em colocar peças sobre peças até que formasse um castelo de figuras. Em outra ocasião ordenou-as lado a lado até surgir uma cobra de letras. Seu censo de organização é aguçado, pudera, sua mãe tem TOC para limpezas e eu tenho ojeriza à desordens.
Tão logo abri um livro-quebra-cabeças, ou seja, as fotos nele contidas nos desafiam a montá-lo. O livro tem cinco páginas de quebra-cabeças que conta histórias sobre a vida marinha, com informaçãoes sobre crustáceos, anêmonas, tubarões, peixes, algas, baleias e afins, de maneira que me divertir com meufilho. Ainda brincamos de playmobil e chegou um momento em que ele deitou-se na cama para dormir. Foi minha deixa, pois confesso que eu estava com sono também. Quando disse-lhe que recolheríamos os brinquedos Lornzo tentou me convencer ao argumentar que queria brincar mais - chorou claro. Crianças!!.
Apaguei a luz e contei uma história em que misturei cindelera, brana-de-neve, joão e o pé-de-feijão, além de chapeuzinho vermelho, abóboras, sapos e castelos. Coloquei tudo no mesmo caldeirão e deu um caldo interessante. Segundos antes do “felizes para sempre” (tem que ter essa parte!) ele dormiu. Acordou-me falando: -Pai lembra que você contou uma história do sapo, da princesa, do castelo... Conclui que o pequeno realmente gostou da minha invenção.
Chego todos os dias às 22h30 e a família já está na cama. Esse dia foi excessão e, toda vez que eu encontrar um deles acordados, terei o prazer de aproveitá-los.

Quando está com raiva, tem o direto de estar com raiva. Mas isso não te dá o direito de ser cruel.” - autor desconhcecido

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