4 de out. de 2012



Um dia para se pensar

Acordo de manhã, abro a geladeira e procuro um iogurte. Pego o natural. Enquanto procuro a granola e o leite condensado penso: Será que vou me adaptar a essa separação? onde vou morar? Será que ela vai para a casa dos pais dela? Lavo a louça e vou escovar os dentes, penso: Se ela for para a casa dos pais, será que leva as crianças, e, se levar eu não vou vê-los? Abro a porta de casa, chamo o elevador e, enquanto não vem, penso: ela disse que eu os veria de quinze em quinze dias, aos finais de semana, mas, e se eu quiser sair com as crianças durante a semana também? O elevador chega , desço até a garagem, ligo o carro e, o trajeto até o trabalho, tem sete quilômetros: ela não tem advogado, vai ter que recorrer à justiça, o que será determinado? Eu vou sentir muita falta da familia? Mas não tenho para onde ir... Chego no serviço onde sou repórter num canal de TV, sento em minha cadeira, ligo o computador e enquanto a tela não abre: será que eu alugaria uma casa para eu morar, ou eu ficaria na minha própria? vou gastar mais? quanto será a pensão? No mesmo instante em que o computador liga, meu chefe vem ter comigo (sim porque aqui na redação tem muito cacique pra pouco índio). -Aconteceu um acidente na Dutra, vai cobrir, o motorista já está te esperando. Meu chefe também falou que foi a polícia quem ligou, a fim de solicitar a cobertura da reportagem. Entro no carro do motorista e tenho bons 40 minutos para pensar: as crianças são pequenas, será que elas vão sentir falta do pai? No caso de elas ficarem comigo, será que sentirão mais falta da mãe? Precisarei adaptar a família a essa nova rotina, onde vou buscar inspirações? como organizar a guarda dos filhos? O que fazer? Chego ao local do acidente, entraremos ao vivo. Tenho uma grande capacidade em improvisar uma reportagem ao vivo, por isso meu chefe me confia esse cargo. A cena do local me faz concentrar totalmente no trabalho, havia carros, caminhões e ônibus, pessoas muito feridas, inclusive crianças, além de dua mortes. Fiz a matéria, guardamos as coisas na van e retornamos. No caminho, o motorista, que era pai de filhos de mães diferentes me atentou ao detalhe de sempre oferecer proteção aos à crianças, e aquele acidente me fez pensar muitas coisas também. Ao chegar à TV, tive uma reunião com meu chefe e passei um relatório do ocorrido. Já era noite quando eu voltava para a casa e, depois de um dia cheio de trabalho, juro que pensei em reconciliar-me, pois, é muito difícil estar num lar sem harmonia. Entro na garagem, estaciono o carro, e o elevador estava a me esperar já. Enquanto sobe penso: Talvez eu não tenha sido um marido perfeito, mas me esforço para ser pai presente, talvez não nos preparamos para conviver em família. O que vai acontecer? Como agir? Chego, abro a porta de casa e...
...Um cheiro de incenso no ar, velas por todo lado, música instrumental de fundo, mesa posta com duas taças de vinho: Você chegou? A voz vem do banheiro, vejo que as crianças dormem bem, a hidromassagem tem espuma com essência de maracujá até o pescoço de minha esposa, velas vermelhas e brancas enfeitam o ambiente, pétalas amarelas e rosas contrastam a energia do lar, entro na jacuzzi, água quente, abro os braços, apoio-me na cabeceira e, depois de um dia com tantos pensamentos, agora já não penso mais nada.

Lembre-se que a felicidade é um modo de viver e não um objetivo de vida.” - autor desconhecido.

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